Recomeçar.

De: Marília Duble
Para: Eduardo Berg
14 de abril de 1985

Finalmente, decidi escrever a você. Não sei os reais motivos, sinto que necessito. Você fez parte da minha vida, numa época muito boa. Sabe, naquela época, era tudo fácil de mais, eu , era fácil de mais. Era boba, imatura, e sonhava com coisas impossíveis. Você mesmo, me dizia isto, lembra-se? Não deve lembrar não é? Foram tantas coisas ditas. Eu nem me importava de ouvi-lás. Afinal, nossa diferença de idade e o grau de maturidade era realmente enormes. Você, me dava conselhos, e eu, os rejeitava. Acho que foi isto que te aborreceu, não é Ed? Por isto que foi embora, não é mesmo? Mas.. a culpa foi realmente minha. Eu não servia para você. Eu era criança. Criança de mais, e você mesmo assim, sempre quis me ajudar. Acho que você errou em tentar me ajudar. Não digo que a culpa é sua, longe disto, a culpa é minha , só minha. De ter acreditado que nós dois dariamos certo. Ironia né? Pois é, como já disse, eu era imatura de mais. Enfim. Não devia revirar tudo isto agora, mas sabe? É necessário. E agora,depois que revi meus conceitos, creio que seus concelhos, foram os melhores. Então, amadureci e tomei uma atitude,que só tomaria se ainda fosse imatura. 'Vamos fujir?' Sabe porque tomei esta atitude,depois de muito tempo?  Só a tomei,porque realmente o amo. Não quero ser burra o suficiente e te desprezar pela segunda fez. Quer fujir comigo? Isto,é coisa de adolescente, coisa que eu faria, quando não te dava ouvidos. E sabe,porque estou fazendo isto, mesmo sabendo,ser algo que faria antes? Porque realmente eu o amo. E não percebi isto,quando era imatura. Eu quero arriscar fujir contigo, agora, porque antes, eu não sabia ,que tinha um sábio ao meu lado,disposto a tudo por mim. Tomei uma atitude que todas adolescentes tomariam, naquela época que eu era uma. Mas,eu era diferente de todas. Eu não fazia coisas que adolescente faziam. Eu era sonhadora, mas não planejava esse tipo de coisa, pelo fato,de achar que nunca perderia alguém. Mas nada está na minha mão. Nada é como eu desejo, infelizmente. Repito, vamos fujir? Só quero viver ao teu lado, tudo que aprendi contigo, e não soube retribuir. Não se esqueça, espero por você aqui, como nos velhos tempos,com cookies e algumas garrafas de soda light. Mas agora, é para nossa fuga.

Sua pequena Marie.

3 comentários:

Railma R. Medeiros! disse...

Super linda a sua carta, às vezes é mesmo necessário driblar o orgulho e deixar de lado tanta imaturidade. Mas quela coisa de amor bobo e juvenil não deve ir embora nunca. :]

Ana Carolina Lima disse...

Linda tua carta Ana.

Rabisco de unicórnio disse...

Linda sua carta !
a vida e como um livro
podemos vira a pagina e recomeçar !
http://alternativateen.blogspot.com/

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